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quarta-feira, 25 de maio de 2011

sAPOS SENTADOS
Encontros e desencontros         Leo Cruz

Não gosto de mostrar minhas razões sobre as coisas, aliás, razão é algo que todo mundo acha que tem. Prefiro aprender com as inconstâncias dos intransigentes a ser taxado de dono da verdade.
A cada momento que existo tenho que escolher entre um caminho e outro, e são as minhas decisões que tornam a vida tão cheia de encontros.... e desencontros.
Fácil é apontar o caminho certo, difícil é descobrir que nem sempre o melhor caminho é o mais fácil. Na verdade, não gosto muito de andar por caminhos traçados, porque eles sempre conduzem onde os outros já foram...
O importante é que no final, eu possa dizer que nada foi em vão e que tudo valeu a pena. Se não para mim, então para quem me teve mesmo por alguns instantes, transformando-se numa lembrança agradável e duradoura...

quarta-feira, 11 de maio de 2011

sAPOS SENTADOS
A PARÁBOLA                                         Edmundo Teixeira


Antes eu via apenas o que eu desejava ver e, qual Narciso, amava e projetava em tudo minha própria imagem.

Depois procurei ver o que parecia ser. Más a casca riu-se de mim e convidou-me a saborear-lhe o fruto.

O sabor deu-me novos olhos. Agora começo a ver,além do que parece,aquilo que é , na parábola da Criação.


quinta-feira, 5 de maio de 2011

sAPOS SENTADOS

Mulheres Sereias                                       Fabiane Ponte


Vou lhes contar uma história, mas em vez de começar pelo tradicional "Era uma vez", vou direto ao final, que não é feliz: Muitas mulheres com as quais você esbarra são sereiazinhas desprovidas de suas belas caudas e de suas encantadoras vozes.


Na versão original de Andersen, a Pequena Sereia salva o príncipe de um afogamento, e este se apaixona por aquela criatura linda e de belíssima voz. Fisgou, mas foi fisgado.
A sereiazinha, sabendo da impossibilidade de viver essa paixão, resolve tornar-se humana. Eu sempre me pergunto: Por que o príncipe não poderia ter virado um “sereio”? Como sempre, a mulher se molda.

Ela procura então uma feiticeira, e faz um pacto. A feiticeira lhe concede pernas em troca de sua bela voz. Avisou que a sereiazinha sentiria terríveis dores nas pernas para o resto da vida e nunca mais poderia voltar ao fundo do mar.

Ela parte então, à procura do seu príncipe, mas ele não a reconhece, porque se apaixonou por uma sereia de bela voz, e aquela que se apresentava a ele era uma menina muda... Concordam comigo que já viram essa estória?

Mudar, meus amores, é, claro, um processo natural e saudável na vida, mas não significa moldar-se ao gosto de ninguém. Abrir mão da própria essência e se tornar outra pessoa só pra agradar o outro não é prova de amor, é sim prova de falta de amor próprio. E quem não se ama, não pode ser amada!

De repente o homem ou a mulher da sua vida olha pro lado e pergunta: Cadê aquela pessoa que me encantou um dia? Ela olha e só vê uma versão dela mesma.

Ame, mude, mas não abra mão da sua essência.

Fique com a sua voz.

Fique com a sua cauda!!!


quarta-feira, 27 de abril de 2011

sAPOS SENTADOS
Sem imediatismos                                  Edmundo Teixeira


Nossa cultura, em quase tudo, enfatiza o imediatismo. Quando queremos uma coisa, geralmente a queremos para “ontem”.

Existem certos sinais, onde tudo acontece aparentemente de repente, mas olhando para trás muito tempo se levou de preparo psicológico para esse momento; existem os “milagres” (assim por nós decodificados, quando não entendemos certas leis cósmicas, que muitas vezes nos beneficiam), mas para que eles ocorram, muita oração dirigida e preparação espiritual houve.

Quando olhamos a leveza de uma bailarina, não percebemos tecnicamente o árduo esforço que é cada passo nem os anos incansáveis de exercícios pesados que ela fez; o mesmo se aplica a um quadro, a uma música e a qualquer espécie de talento.

Tudo requer tempo e habilidade.

Apressar os passos é possível, mas com firmeza, sabendo bem para aonde ir.

Olhando para si mesmo, para frente, para baixo e para o alto, para não haverem tropeços ou quedas que o poderiam levar de novo ao ponto de partida.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

sAPOS SENTADOS
Recordações
 Postado por Igor Francisco – Blog Autor sem sobrenome



O ranger da porta antes inexistente, os móveis cobertos com lençóis brancos, havia esquecido do piano – nunca mais ouvi uma nota sequer.

Pó, os rostos valiosos esquecidos dentro dos porta-retratos de madeira.

Aos poucos reconheço alguns caminhos por onde passei, mas sei que alguns ainda fugirão de mim, afinal, sou uma velha novidade aqui.

A chave, quase não conseguiu abrir a porta...ferrugem.

Quando trancamos um pedaço do que um dia fomos nós, temos de destrancar um pedaço do que seremos.

Caso contrário, seremos esquecidos, e o pior, por nós mesmos.

- Acredito que é chegada a hora de abrir as janelas e deixar o coração bater novamente

quarta-feira, 6 de abril de 2011

sAPOS SENTADOS
A BARREIRA TRANSPARENTE                Edmundo Teixeira


A abelha voava nervosa por detrás da vidraça, em busca de saída. Imagino que ela isistia em sair pelo vidro porque ele é transparente e dá a ilusão de vazio, do nada, mostrando a paisagem lá fora.

Com um papel, forcei-a a ir descendo até a metade aberta da janela e então se foi, voando como uma flecha.

Muitas vezes agi como essa abelha, teimando em certas atitudes e decisões, porque me pareciam claríssimas. Depois é que eu vi que havia ali barreiras sutis. Nem tudo o que me parece obvio é “transparente” o é. Resisto às pessoas e situações que me forçam em outra direção e só mais tarde reconheço que foi para o meu bem: a saída certa do impasse.

Ou então o que me parecia evidente, tem uma falha sutil de que outras pessoas se valem, para invalidar meus direitos. Ao olhar em uma só direção, perdi outros enfoques.

Há sugestões e crenças que se assemelham aos vidros: mostram tudo nítido e claro lá fora, mas quando tento realizar o que desejo, vou com a cabeça na “barreira” camuflada, de meu próprio intimo que não vejo.

Seja menos resistente, menos imediatista, menos obstinado,para aprender ouvir o bom senso e sentir pela “brisa” de Deus,o lado realmente aberto da janela que Ele abre para o nosso bem.

sexta-feira, 18 de março de 2011

sAPOS SENTADOS
Para quem gosta da língua portuguesa:
Colaboração de  Carmem Castello Branco


 Encontra-se na net o seguinte texto relativo à resposta de um internauta para uma pergunta de outro, que indagava: 
Pergunta:
Alguém sabe me explicar, num português claro e direto, sem figuras de linguagem, o que quer dizer a expressão no frigir dos ovos? 
Resposta: 
Quando comecei, pensava que escrever sobre comida seria sopa no mel, mamão com açúcar. Só que depois de certo tempo dá crepe, você percebe que comeu gato por lebre e acaba ficando com uma batata quente nas mãos. Como rapadura é doce, mas não é mole, nem sempre você tem idéias e pra descascar esse abacaxi só metendo a mão na massa. E não adianta chorar as pitangas ou, simplesmente, mandar tudo as favas.

Já que é pelo estômago que se conquista o leitor, o negócio é ir comendo o mingau pelas beiradas, cozinhando em banho-maria, porque é de grão em grão que a galinha enche o papo.

Contudo é preciso tomar cuidado para não azedar, passar do ponto, encher lingüiça demais. Além disso, deve-se ter consciência de que é necessário comer o pão que o diabo amassou para vender o seu peixe. Afinal não se faz uma boa omelete sem antes quebrar os ovos.

Há quem pense que escrever é como tirar doce da boca de criança e vai com muita sede ao pote. Mas como o apressado come cru, essa gente acaba falando muita abobrinha, são escritores de meia tigela, trocam alhos por bugalhos e confundem Carolina de Sá Leitão com caçarolinha de assar leitão.

Há também aqueles que são arroz de festa, com a faca e o queijo nas mãos, eles se perdem em devaneios (piram na batatinha, viajam na maionese...etc.). Achando que beleza não põe mesa, pisam no tomate, enfiam o pé na jaca, e no fim quem paga o pato é o leitor que sai com cara de quem comeu e não gostou.

O importante é não cuspir no prato em que se come, pois quem lê não é tudo farinha do mesmo saco. Diversificar é a melhor receita para engrossar o caldo e oferecer um texto de se comer com os olhos, literalmente.

Por outro lado se você tiver os olhos maiores que a barriga o negócio desanda e vira um verdadeiro angu de caroço. Aí, não adianta chorar sobre o leite derramado porque ninguém vai colocar uma azeitona na sua empadinha não. O pepino é só seu, e o máximo que você vai ganhar é uma banana, afinal pimenta nos olhos dos outros é refresco.

A carne é fraca, eu sei. Às vezes dá vontade de largar tudo e ir plantar batatas. Mas quem não arrisca não petisca, e depois quando se junta a fome com a vontade de comer as coisas mudam da água pro vinho.

Se embananar, de vez em quando, é normal, o importante é não desistir mesmo quando o caldo entornar. Puxe a brasa pra sua sardinha que no frigir dos ovos a conversa chega na cozinha e fica de se comer rezando. Daí, com água na boca, é só saborear, porque o que não mata engorda.